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Ama a ti mesmo

Estar atento à própria vida parece natural... Mas muitas vezes não é.

Estamos inseridos num contexto social, com trabalho, família, redes sociais, noticiários, crenças, entre outras tantas coisas, que nossa vida quase sempre está no piloto automático. Para mim uma das maiores provas disso foi quando ao fazer 30 anos ouvi de uma amiga:

_ Parabéns! Que bom que já casou! Fazer 30 anos solteira não dá.

Mas ela com certeza estava também pensando "ainda não é gerente aos 30 anos?!?!". É bastante comum ouvir por ai que o bom mesmo é você se formar na melhor universidade, entrar num programa de trainee, fazer um MBA, casar, ter o primeiro filho, juntar seu primeiro milhão, antes dos 30 anos, se isso não acontecer, talvez você nunca tenha sucesso...

Apenas para dar um exemplo de crenças que temos tão arraigadas, e como elas impactam nossas vidas. Porque muitas vezes, para conseguir tudo isso aí você não para um minuto sequer para pensar em você mesmo, e o que é mesmo que você quer?

E outra, o que é mesmo que vai fazer sentido, se tudo for conquistado a toque de caixa, deixando os próximos 50 anos pela frente apenas para consolidar?

Enquanto estou cumprindo meu papel social, de bom estudante, bom profissional, bom (a) esposo (a), bom (a) pai/mãe, desempenhando minha rotina apertada, equilibrando todos os pratinhos, e rebolando para encaixar todas as demandas sobre mim, não paro um minuto para pensar se tudo isso faz sentido para mim. Se estou feliz, se faço outras pessoas a minha volta felizes.

Quando algo vai mal – perco o emprego, me separo, fico doente – muitas vezes é o momento em que a pessoa para pela primeira vez na vida para pensar “O que eu estou fazendo aqui? Qual meu propósito de vida? Como posso ser mais feliz?”.

Recentemente, como os empregos e casamentos são menos estáveis e a saúde é afetada por hábitos fast e pouco saudáveis, esses momentos estão cada vez mais dando tapas nas nossas caras desavisadas...

Por isso tanto se fala em propósito, em segunda carreira, em mudanças radicais.

Isso tudo é bom, é um despertar da consciência, mas a verdade é que muitos de nós simplesmente não sabem como fazer!

Procurar ajuda profissional minimiza as mudanças pouco embasadas e extremismos que ferem ou empobrecem a pessoa em todos os sentidos. Procurar ajuda profissional não é atestado de incompetência, mas de sabedoria. Da mais pura compreensão de que fomos preparados para tudo na vida, menos para ser quem somos e viver bem com isso...

Fomos pasteurizados, formatados para sermos grandes profissionais (leia-se, ganhar muito dinheiro), estudar muito, casar, ter filhos (mesmo que não tenhamos o menor jeito ou tempo para cuidar da educação de outro ser), e com isso, fomos levados a esquecer o que de fato nos faz ser quem somos, quais nossos dons e quais nossos deveres em relação a vida!

Soube recentemente de um caso em que a professora particular enviava bilhetes semanalmente para a mãe e pai de uma criança, e que eles nunca respondiam. A criança vinha e voltava com o motorista. Um dia, por um acaso, a mãe veio buscar. Finalmente a professora pensou que pudesse conversar com ela sobre a criança. E sua resposta foi “Não tenho tempo agora, pode mandar recado pelo motorista na próxima vez, ele sabe o que fazer”. Ou seja, a mãe terceirizava seu filho com muita tranquilidade, para o motorista. Assim como outras tantas terceirizam para a babá ou a avó. Precisar de ajuda profissional é uma coisa. Terceirizar completamente a maternidade/paternidade é outra. Na minha opinião isso acontece porque a pessoa em verdade está tão envolvida em “sua vida” que não tem espaço para ter filhos, mas ao mesmo tempo, a sociedade impõe, então, como tenho bastante dinheiro para deixar um filho o dia todo numa escola, pagar uma babá para cuidar dele a noite e nos finais de semana, e um motorista para levar ele e a babá por lugares como médico, dentista e McDonalds, ok, eu topo o desafio. Quando ouço essas histórias penso que essa mesma pessoa, se tivesse parado para pensar um pouquinho sobre sua vida, talvez não tivesse tido filhos. Ou talvez decidisse não trabalhar tanto e curtir os filhos.

Seria tão poderoso se ao invés de esperarmos o desafio bater à nossa porta em forma de tragédias pessoais pudéssemos olhar para nós mesmos e descobrir o que estamos fazendo com a gente mesmo, com os outros, com nosso planeta...

Mas sempre é tempo! O importante é não perder a humildade de querer aprender!

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