Riqueza
- raquelmsarmento
- 12 de ago. de 2014
- 3 min de leitura
Você já parou para pensar na sua riqueza? Todos nós somos ricos em algum aspecto – inteligência, talento, beleza – o financeiro é apenas um deles.
As nossas riquezas, ou ainda possibilidades, só são válidas se são utilizadas. Quem não se lembra do Tio Patinhas, que era podre de rico, mas vivia em condições mínimas em relação à comida, vestuário, etc? O chamado “sovina”, ou “mão de vaca” é aquele que possui dinheiro, mas não o utiliza em benefício próprio e do próximo. O mesmo pode acontecer com as nossas outras riquezas. Duvida? Vamos explorar então um pouco mais desse tema.
Não compartilhar um conhecimento também é um ato mesquinho. O profissional que está trabalhando em equipe, e tem um conhecimento necessário para a realização do trabalho, mas não compartilha com os demais, não está apenas sonegando informação, mas também muitas vezes prejudicando o resultado final para a empresa.
Aquele que tem um dom artístico, mas o coloca de lado para trabalhar em uma repartição pública, invariavelmente se sente deslocado, além de privar as pessoas de seu talento.
O cientista que decide não seguir em frente em suas pesquisas porque acha que o mundo não se preocupa com um novo tipo de tecnologia, mas apenas com a cura do câncer, pode estar privando a humanidade de uma inovação necessária.
Mas quem é responsável por isso? Cada um de nós.
Nós mesmos determinamos a utilização de nossos talentos e possibilidades. Se temos uma riqueza, um dom, um talento, e não o utilizamos, é como se ele não existisse. Não há um substituto imediato, não é matemático. Não é porque não estou tocando flauta aqui que alguém no Japão está fazendo isso em meu lugar. Neste sentido, somos insubstituíveis.
Usar nosso talento nos afasta da mediocridade. Quando exploramos bem nosso talento, nos colocamos em um patamar diferenciado. Viramos referência. Afinal, é possível aprender a fazer qualquer coisa, com uma dose de esforço extra, até ficar bom naquilo, mas quando se tem um talento especial, a coisa flui com naturalidade e fica diferente até aos olhos dos outros.
Não se pode ser bom em tudo. Mas é possível ser razoável esforçando-se, e usar sua riqueza, seu dom, para ser excelente em alguma coisa.
O primeiro passo é descobrir sua riqueza, seu diferencial. E depois, descobrir onde e como utilizá-lo. De que maneira aproveitar ao máximo dessa riqueza para ajudar a si mesmo e aos outros. Até porque, se você guardar seu talento para si mesmo, além de não ser generoso, ainda pode estar perdendo a oportunidade de ser reconhecido.
De que adianta ter um talento só para si? O egoísmo ou a timidez não cabem aqui. É fundamental conhecer a importância que seu talento pode ter para você e para o outro. Muitas pessoas deixam seus talentos de lado por julgar que isso não irá ajudar a ninguém.
Ser generoso não significa doar milhões para uma instituição de caridade. As vezes pode significar doar alguns minutos da sua atenção para alguém que precisa desabafar, usando seu dom de ser um bom ouvinte. Ou apaziguar uma situação de crise no trabalho, usando sua habilidade de manter a calma em situações de stress. Ou fazendo um bolo daqueles que só você sabe fazer para servir em uma reunião de família que estava um pouco tensa.
Não é preciso ser super para ser talento. Mozart tinha talento, eu não – podem dizer alguns. Não concordo. Talento não é superlativo, não é intangível ou só para alguns poucos privilegiados. É ser bom em alguma coisa, ainda que seja uma coisa pequena. E o pulo do gato está em descobrir uma boa aplicação para esse talento.
Um dia desses vi um vídeo de um técnico em um laboratório tirando sangue de um bebê de uns 2 aninhos. Quem tem filhos sabe quanto esse processo pode ser terrível e traumático. Pois bem, o rapaz usou seu dom naquele momento. O dom da alegria. Muitos poderiam se perguntar como é que o dom da alegria poderia ser o diferencial de um profissional da saúde. Quem teve a oportunidade de assistir esse vídeo entendeu. Ele fazia piadas, uma voz engraçada, levou a situação com tal leveza, que o bebê não teve oportunidade de chorar. Sentiu sim, a picada da agulha e a dor, mas instantaneamente deixou de lado, tamanha era a habilidade do rapaz em divertir. Ao terminar de ver o vídeo duas coisas vieram à minha cabeça: 1) gostaria que meu filho pudesse ter esse mesmo cuidado, e 2) esse rapaz tem um dom, sabe dividi-lo, e certamente é mais feliz que outros em sua profissão.
Usar seu talento, ser reconhecido por ele, saber que se está sendo generoso com outras pessoas e compartilhando seu dom, são ingredientes de uma receita de sucesso na vida pessoal e profissional.
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