Escolha suas batalhas
- raquelmsarmento
- 30 de jun. de 2014
- 3 min de leitura
Buscar o autodesenvolvimento não é uma tarefa simples. Há muitas frentes que se pode atacar, muita coisa para avaliar e evoluir. O ser humano é bastante complexo, o mundo corporativo de hoje muito exigente e no final das contas, há tanto para melhorar que muitas vezes se torna difícil escolher e colocar foco em uma competência ou habilidade apenas.
Mas, ao longo dos meus anos de experiência e materiais lidos, palestras ouvidas e conversas formais e informais, percebi que as pessoas mais bem sucedidas no próprio desenvolvimento possuíam algumas diretrizes básicas que vou citar neste texto para vocês.
Em primeiro lugar, é preciso compreender a si mesmo e o contexto onde você está envolvido. Quanto mais a pessoa conhece sobre si e o ambiente em que está inserida, e os Gaps entre essas duas coisas, mais fácil entende qual deveria ser o foco de investimento.
Se você é um profissional com excelente bagagem técnica, que acabou de se mudar de empresa, seu foco deve ser conhecer sobre o novo negócio onde vai atuar.
Se você é um jovem em começo de carreira, precisa desenvolver o lado técnico. Se é um recém promovido a cargo de gestão, nada melhor do que investir em desenvolver seus skills de líder.
Parece simples, mas não foi uma nem duas vezes que eu vi planos de desenvolvimento totalmente equivocados, desenhados por profissionais bem experientes – Colocando um MBA ou uma imersão em outro negócio, para alguém que certamente precisava ampliar sua inteligência emocional.
Tenha sempre coragem de atacar o ponto certo. Definir que precisa aumentar o conhecimento técnico ao invés de se expor em situações onde sua influência é que será testada é muito comum, porque parece mais simples ampliar conhecimento técnico do que desenvolver uma habilidade interpessoal.
É aí que aparece uma segunda diretriz muito importante. O protagonismo. Seja você o dono de sua carreira e de seu desenvolvimento. Uma vez que você compreenda onde estão seus Gaps para ter mais sucesso na profissão/empresa que escolheu, assuma a responsabilidade pelo seu próprio progresso.
Esperar que a empresa ofereça cursos internos, ou pague pelo seu coaching, é depositar no outro a responsabilidade por você mesmo.
Claro que as empresas devem investir em seus profissionais, e que o ideal é que exista sempre uma contrapartida quando se trata de desenvolvimento profissional. Por outro lado, entenda que quando você de fato se desenvolve, este conhecimento, habilidade, postura adquiridos serão sempre seus, independentemente da empresa em que você estiver. Se a empresa estiver disposta a investir em seus colaboradores, ótimo. Se não estiver, invista você em você mesmo. Leia, busque aconselhamento, frequente fóruns e palestras, converse com outros profissionais da área. Se tiver budget, invista em um bom curso ou coaching. Se não tiver, opte pelas opções mais caseiras e mãos a obra.
Além de saber o que atacar e investir em si mesmo, é fundamental ter foco. Infelizmente, não é possível desenvolver todos os Gaps ao mesmo tempo, e ouso dizer que também é impossível se tornar o profissional perfeito, que não possui nenhum Gap. Seja realista. Quanto tempo você vai investir no seu desenvolvimento? Quanto vai gastar?
Avalie por onde começar. Se você tem uma lista de 5 a 10 Gaps, classifique seus pontos de desenvolvimento em alguns pré-requisitos: Qual será mais fácil desenvolver (e possivelmente, o desenvolvido mais rapidamente)? Qual o de maior impacto, isto é, aquele que se eu desenvolver, certamente será notório na minha empresa, pelo meu chefe, ou para meu currículo? Qual deles eu posso ter um suporte (dinheiro, outros profissionais, orientação) mais fácil? Para qual deles eu mesmo já possuo um “antidoto” (aquela outra competência que pode me ajudar no desenvolvimento do Gap)? Qual é o mais urgente?
Fazendo esta análise fica mais fácil colocar o plano em perspectiva e saber por onde começar.
Finalmente, se dê um prazo. Metas bem definidas incluem prazo de realização. Tem uma frase que ouvi uma vez de um consultor que me divertiu muito, mas que faz muito sentido. Uma mulher leva 9 meses para ter um bebê. Nove mulheres não fazem um bebê em um mês. Coloque as coisas sob uma perspectiva realista e monte seu cronograma de maneira desafiadora, porém, possível de ser realizado. Se necessário, estabeleça “mini-metas”, ou seja, divida suas vitórias em etapas.
Escolher as batalhas é muito importante para conseguir atingir seus objetivos. O autodesenvolvimento quando encarado como um projeto, tende a ter mais sucesso do que quando é delegado ou tratado como algo que vai “fluir”. É preciso ter em mente o que você quer e quando você quer, e lutar por isso.
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